quarta-feira, 5 de novembro de 2014

A Legião Romana.


Um Pouco sobre a Maior Máquina de Guerra do seu Tempo.
Legião Romana
Formação de Ataque "Tartaruga" Legião Romana

Legião era uma unidade de infantaria que era a base de todo o exército romano tanto na República como no Império.

O que seria mais tarde a legião romana existia desde que Roma ainda era apenas uma cidade-estado, porém a legião por assim dizer, aquela forma organizacional, disciplinada e que entrou para a história, foi criada a partir de uma reforma feita pelo general romano Mario (Caio Mário 157 a.C. – 86 a.C) por volta do ano 100 a.C.

Qualquer cidadão romano poderia participar desde que tivesse menos de 27 anos e soubesse ler e escrever.

Cidadãos não romanos poderiam participar do exército, porém apenas como força de auxílio, entretanto durante o período conhecido como “principado” (30 a.C. - 284 d.C.), não cidadãos fizeram parte do exército regular junto a Legião.
Denário de Prata
Denário de Prata efígie de Júlio César

Cada soldado firmava um contrato de 25 anos recebiam 225 denários por ano até o tempo de Tito Flávio que aumentou essa quantia para 300 denários por ano e não houve mudança até o período de Septímio Severo, que aumentou o salário para 500 denários ao ano e ao se aposentar recebiam uma quantia em dinheiro (cerca de 3.000 denários [época de Júlio César] e uma terra fértil como forma de "aposentadoria").
Denário: moeda padrão. Continha de 3,5 a 5 gramas de prata dependendo da época (as quantidades de ouro e de prata foram diminuindo significativamente ao longo dos anos). Representaria mais ou menos o salário de um dia de trabalho de um trabalhador não especializado.

O General Mario também padronizou a Legião, tanto em desempenho quanto em equipamentos.
 
A quantidade de seus componentes poderia variar conforme a batalha ou a guerra ou mesmo com a época, mas podemos considerar números da ordem de 1.000 a 8.000 homens podendo chegar até 10.000 soldados em alguns casos; porém o mais comum eram legiões de 4.800 a 5.000 homens acrescidos de aproximadamente 1.000 homens como pessoal de apoio.

Cada legião era dividida em 10 coortes, ou seja, cerca de 500 soldados que por sua vez era dividido em centúrias também chamada manípulo (centúria é relativo a 100); estes 100 homens eram comandados por um centurião; cada centúria era dividida em pelotões de 10 homens que dividiam a mesma barraca, em geral comiam juntos e desta forma tornavam-se mais íntimos.

Em uma campanha militar típica, uma caravana imensa e muito lenta acompanhava as legiões com suprimentos militares, bagagens e víveres e um legionário marchava com um equipamento que pesava entre 30 e 40 quilos; além de todos os equipamentos de combate ainda levava uma série de ferramentas destinada à construção e estadia no campo de batalha (pá, corda, cobertor, uma pequena panela e muito mais).

As legiões Romanas eram incrivelmente agressivas e ao mesmo tempo organizadas e disciplinadas. No início de suas atuações suas táticas e estratégias de ataque eram inspiradas nada mais nada menos que nas ações de guerra de Alexandre o Grande, possivelmente o maior general de todos os tempos.
Os romanos eram mestres em copiar e ou absorver tudo que era bom (ou conveniente) de outras culturas seja de povos conquistados ou de imigrantes; e com armamentos e equipamentos militares não era diferente, suas armas clássicas eram aprimoramentos de material absorvido ao longo dos séculos.
Elmo De Legionário Romano
Elmo de Legionário Romano

Alguns desses armamentos eram:

O elmo ou capacete (galae) desenhado para proteger não só a cabeça, como também as orelhas boa parte da face e a nuca (os capacetes com crista de pelos eram reservados aos suboficiais e oficiais).
Armadura Lorica Segmentata
Armadura Lorica Romana


A armadura lorica segmentada (lorica hamata ou lorica segmentata,)  que protegia boa parte do corpo.
 
 
 
Escudo Scutum
Escudo de Um Legionário Romano







O escudo (scutum) era retangular, curvo de forma a envolver parte do corpo, com cerca de 66 cm de largura e 1,15 m de altura, podendo ter pequenas variações desde que protegesse do joelho ao queixo e mais de 1 cm de espessura; era construído de um tipo de madeira compensada revestido de couro, com as bordas e o centro revestido de bronze ou de ferro.
 
Pilo a Lança romana
A Lança Pilo Romana

A lança romana "pilo" (pillum), com dois modelos básicos: pesada (pillum para espetar e furar) e uma ligeira (chamada "hasta" para ser arremessada contra os inimigos) era dividida em três partes: a ponta perfurante ligada a uma haste de ferro e um prolongamento feito de madeira; quando  bem arremessada partia-se em duas ficando uma parte cravada no escudo o que tirava a mobilidade do mesmo em geral sendo descartado pelo inimigo.
Punhal Pugio Romano
O Punhal "Pugio"

Adaga ou punhal usado do lado esquerdo um punhal (pugio), para cortar e furar.
 
 
 
 





Gladio a Espada Romana
A Espada Gladio (gladius)
Espada; diferentemente de qualquer outra na história das espadas era usada do lado direito; a famosíssima “gladio” (gladius), uma espada curta, era usada ao lado direito, pois com o braço esquerdo era usado o escudo (em qualquer outro caso usa-se a espada do lado esquerdo da cintura caso você seja destro; para ao desembainhar já estar em posição de ataque ou defesa), a gladio com cerca de 60 cm, tinha dois gumes muito afiados, não era uma espada para combate espada versus espada ela era usada para perfurar o inimigo, cortar partes de seu corpo ou golpear os escudos inimigos; era também conhecida como Gladius Hispaniensis por ser uma lâmina de combate adaptada após combates na Península Ibérica que à época era chamada pelos romanos de Hispânia (mais de 1500 anos depois parte da região passou a chamar-se Espanha); a gladio tornou-se tão emblemática que gerou a palavra "glande", "gladiador" e "digladiar". O mundo antigo nunca tinha visto uma máquina de guerra como o exército romano e durante ao menos três ou quatro séculos desde a sua criação nenhum exército se comparou aos exércitos de legionários.

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